sexta-feira, 22 de novembro de 2013

22 Vigilância Sanitária da Água para Consumo Humano ( na Rede e em Unidades de Saúde)


Água nossa de cada dia

Água fonte de vida
Água esperança
Água que mata a sede
Água que molha a planta.


Água que brota da terra
Água que sai do chão
Água que molha o trigo
Trigo que faz o pão.



Água que sangra das pedras
Água que vem da natureza
Água que nos dá alegria
Água que revigora a beleza.



Água que rola da serra
Água que jorra do chão
Água que enche rios
Água que transborda ribeirões.



Água que enche lagos
Água que enche lagoas
Água que corre para o mar
Água que corre á toa.



Água que move moinhos
Água que faz girar
Água que não descansa
Água que faz navegar.



Água nossa de cada dia
Água que nos dá energia
Água que nos dá calor
Água que nos procria.



Água de cada dia
Água da nascente
Água que cria a gente
Água que nos faz respirar



Água que sai da terra
Água que sai do ventre das matas
Que cai das cascatas.



Água fonte de vida
Água que brota dos córregos
Água que jamais voltará
Água nossa de cada dia.


Autor: Maria da Conceição do Amparo

Em conformidade com o Programa de Vigilância Sanitária da Água para Consumo Humano, procedeu-se à verificação da qualidade da água da rede pública, através de colheitas na torneira do consumidor.

Segundo o Decreto-Lei nº 306/2007, são águas para consumo humano:
  • “toda a água no seu estado original, ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar, à preparação de alimentos, à higiene pessoal ou a outros fins domésticos, independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de distribuição, de um camião ou navio-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou sem fins comerciais.”
  • “ toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para fabrico, transformação, conservação ou comercialização de produtos ou substâncias destinados ao consumo humano, assim como a utilizada na limpeza de superfícies, objetos e materiais que podem estar em contacto com os alimentos, exceto quando a utilização dessa água não afeta a salubridade do género alimentício na sua forma acabada.”

Definiu-se como pontos de colheita as Escolas Primarias das freguesias de:
  • Praia de Faro
  • Patacão
  • Conceição
  • Areal Gordo
  • Sta Barbara de Nexe
  • Estói

A definição para os pontos de colheita seguiu dois critérios de seleção, que foram:
  • Um ponto de colheita no local mais desfavorável (ex. fim de rede) por sistema ou sub-sistema;
  • Os pontos devem ser preferencialmente torneiras (água fria) utilizadas normalmente para o consumo humano.
Esta ação teve como finalidade assegurar a qualidade água disponibilizada aos consumidores prevenindo deste modo as doenças transmitidas pela água.
Em relação aos objetivos desta atividade, ela tem um conjunto de ações conducentes à identificação do risco para a saúde, da água destinada ao consumo humano e os seus principais objetivos são:
  • Identificar os fatores de risco existentes ou potenciais para a saúde humana oriundos da qualidade da água para consumo humano;
  • Dotar as entidades intervenientes de informação sobre os factores de risco existentes, com vista à proteção da saúde das populações;
  • Fornecer aos consumidores afetados, em tempo útil, informação, pertinente e relevante;
  • Manter a base de dados do sistema de Informação em Saúde Ambienta actualizada;
  • Dotar as Autoridades de Saúde com a informação necessária à fundação do exercício de competências e tomadas de decisão que lhes são atribuídas pelo Decreto-Lei nº 306/2007 de 27 de Agosto.
Fonte: Programa de Vigilância Sanitária para a Água de Consumo Humano, ARSAlgarve

Em relação aos procedimentos de amostragem, eles foram os foram exactamente iguais aos efectuados no Controlo da Qualidadeda Água para consumo Humano em Unidades de Saúde, por mim efectuados no Hospital de Faro.

Parâmetros a determinar imediatamente a seguir a colheita de agua foram:
  • Temperatura
  • Cloro
  • O pH
Segundo o Programa de Vigilância Sanitária para a Água de Consumo Humano, elaborado pela ARSAlgarve, as acções de vigilância sanitária são realizadas pela autoridade de saúde e incluem:

  • A realização de análises complementares a água e de outras acções necessárias para a avaliação da qualidade da água para consumo humano;
  • A avaliação do risco para a saúde humana da qualidade da água destinada ao consumo humano.
  • As acções de vigilância sanitária devem ter em conta o conhecimento do sistema de água e o seu funcionamento e as características da água e das zonas de abastecimento consideradas mais problemáticas;
  • A entidade gestora deve fornecer o Plano de Controlo da Qualidade da Agua, bem como a caracterização e funcionamento dos sistemas de abastecimento de água à autoridade de saúde, sempre que solicitada por esta;
  • No âmbito das acções de vigilância sanitária, a autoridade de saúde deve informar a entidade gestora dos incumprimentos aos valores paramétricos detectados, no prazo de cinco dias a contar da data em que deles toma conhecimento;
  • Quer os valores paramétricos tenham ou não sido respeitados, sempre que a autoridade de saúde verifique que a qualidade da água distribuída constitui um perigo potencial para a saúde humana, deve, em articulação com a entidade gestora, determinar as medidas a adoptar para minimizar tais efeitos, designadamente a determinação da proibição ou restrição do abastecimento e a informação e o aconselhamento aos consumidores, delas dando conhecimento à autoridade competente;
  • A autoridade de saúde pode ainda determinar a proibição do abastecimento, tendo em consideração os riscos para a saúde humana decorrentes da interrupção do abastecimento ou da restrição da utilização da água;
  • Da decisão referida no número anterior deve ser dado imediato conhecimento à entidade gestora e à autoridade competente, devendo ainda ser prestado o aconselhamento e a informação adequados aos consumidores afectados;
  • Os licenciamentos de captações de águas para sistemas de abastecimento particular devem ser comunicados pelas respectivas entidades licenciadoras às autoridades de saúde, a pedido destas.

Segundo a ARSNorte o Programa de VigilânciaSanitária de Água para Consumo Humano desenvolve-se sem 3 vertentes:

Higio-sanitária e Tecnológica – Acções de avaliação das condições de higiene e segurança a nível das instalações e do funcionamento e a análise das medidas de gestão e manutenção da qualidade da água e dos equipamentos

Analítica – Realização de análises complementares ao Programa de Controlo da Qualidade da Agua (PCQA) e de outras acções necessárias para a avaliação da qualidade da água para consumo humano.
Envolve:
  • A colheita de amostras para análise (microbiológica, físico-química ou outras)
  • A verificação do cumprimento do programa de controlo da qualidade da água distribuída.

Epidemiológica – Permite a comparação e interpretação da informação obtida através dos programas, com recurso a dados de caracterização do estado de saúde dos consumidores, sendo a necessidade e a definição destes estudos da competência das autoridades de saúde de acordo com cada realidade local.

Fluxograma de Ações que cabem a S.P no Controlo de Qualidade de Consumo Humano


A qualidade da água para consumo humano distribuída na torneira do consumidor no Algarve é de reconhecida qualidade e segura, acrescendo do facto de a Águas do Algarve, S.A. ter recebido já este ano (Setembro) o galardão referente à Qualidade exemplar da água para consumo humano 2013, o qual atesta “a qualidade do serviço prestado aos utilizadores”.

Noticia: Águas do Algarve recebeSelo da Qualidade exemplar da água para consumo humano 2013


Controlo da Qualidade da Água para consumo Humano em Unidades de Saúde (Outubro)


Desloquei-me ao Hospital de Faro, com o intuito de realizar colheitas de água para consumo humano, no âmbito do “Programa de Controlo da Qualidade da Água para consumo Humano em Unidades de Saúde”.
Existe uma articulação entre o Hospital de Faro e a Unidade de Saúde Pública, que abrange o controlo da qualidade da água de consumo humano.





As colheitas foram realizadas em seis pontos distintos do Hospital previamente estabelecidos entre as duas entidades, sendo eles: central/rede, laboratório, ginecologia, pediatria, cardiologia, entrada/rede pública, este último ponto de recolha serve para verificar a qualidade da água antes de entrar na Unidade de Saúde, para poder existir termo de comparação entre a água da rede e água dentro do circuito do hospital, verificando se existem ou não alterações.
O programa de controlo da qualidade da água de consumo humano é aplicado aos seguintes tipos de água:
  • Água para consumo humano, proveniente de sistemas de abastecimento público e particular com utilização pública;
  • Água utilizada na indústria alimentar ou em estabelecimentos que manuseiam géneros alimentícios e que não estejam ligados a redes públicas de abastecimento;
  • Águas acondicionadas e transportadas.

Foi necessário seguir alguns procedimentos para se efectuar a colheita de águas. Logo na hora da recolha tem que se completar o boletim de colheita,  preenchendo os seguintes dados:
  • Identificação da entidade gestora;
  • Descrição do ponto de amostragem;
  • Data e hora da colheita;
  • Data e hora de entrega das amostras no laboratório;
  • Registo do Cloro Residual Livre, pH e Temperatura medidos no local;
  • Identificação do Técnico responsável pela colheita da amostra;
  • Outros aspectos relevantes, tais como a conservação da amostra, as condições ambientais, os acessórios adaptados á torneira ou o estado de higiene do local.


Foi necessário realizar alguns procedimentos de amostragem na altura da colheita das amostras, sendo eles:
  • Colocar as luvas descartáveis ou lavar as mãos com uma solução alcoólica (facultativo);
  • Retirar os acessórios da torneira;
  • Abrir a torneira de 1 a 2 minutos (para que saia a água estagnada do cano);
  • Flamejar a torneira de modo a destruir o máximo de microrganismos, impedindo assim que estes alterem a qualidade da água (se não for possível, substituir por outro método adequado – hipoclorito ou álcool etílico);
  • Abrir a torneira novamente;
  • Tirar a tampa do frasco, mantê-la virada para baixo e perto da torneira;
  • Encher o frasco;
  • Frasco para análise microbiológica – colocar o frasco inclinado e não encher na totalidade (para no laboratório ser agitado de modo a homogeneizar a água);
  • Colocar a tampa no frasco fechando-o devidamente;
  • Etiquetar o frasco e preencher a folha;
  • Acondicionar os frascos na mala térmica (refrigerada) de transporte e levá-la ao laboratório dentro de um período de 6 horas.

Caso se verifique valores fora dos que são estipulados pela legislação atual (Decreto-Lei nº306/2007), existe uma articulação entre os dois serviços para a comunicação dos resultados negativos, que é feita entre o delegado de saúde e a administração do Hospital.

Controlo da Qualidade da Água para consumo Humano em Unidades de Saúde (Novembro)


Desloquei-me ao Hospital de Faro juntamente com a TSA Carmelo e uma estagiária do curso de Analises Clínicas, com o intuito de realizar colheitas de água para consumo humano, no âmbito do “Programa de Controlo da Qualidade da Água para consumo Humano em Unidades de Saúde”.
A articulação entre o Hospital de Faro e a Unidade de Saúde Pública, que abrange o controlo da qualidade da água de consumo humano é uma atividade de âmbito mensal. Os procedimentos de colheita, bem como os pontos de recolha foram exatamente os mesmos que foram realizados no último controlo, podendo o leitor ver os mesmos no link acima mencionado.
De seguida mostro algumas fotos que fazem parte dos procedimentos de colheita.







A água é sem dúvida um recurso de primeira necessidade. Nenhuma comunidade pode viver ou evoluir sem um abastecimento adequado de água, que permita aos seus habitantes viver de modo saudável e confortável, e que contribua para o desenvolvimento da sua economia. A própria noção de desenvolvimento sustentável não pode ser concebida sem, simultaneamente, se assegurar a qualidade da água para consumo humano.
Como conclusão apraz-se dizer que a água do planeta está correndo um sério risco. Os diversos factores, protagonistas para esse problema foram executados por quem mais deveria protegê-lo: O Homem. A solução que resta é a preservação. A responsabilidade é de todos nós seres humanos promover um ambiente equilibrado e assegurar uma vida saudável no meio em que vivemos.

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