segunda-feira, 4 de novembro de 2013

2 Controlo e Prevenção de Doenças Transmitidas por Artrópodes


Em articulação com a Dr.ª Rosário Jorge, Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Olhão, foi elaborado o controlo e prevenção de doenças transmitidas por artrópodes.
O controlo de larvas de mosquitos foi realizado em águas estagnadas de vários locais como passo a referir na tabela. A seguinte tabela foi utilizada para registar os resultados desse mesmo controlo.


Durante a atividade (elaborada com a Raquel Adriano), tivemos a oportunidade de efetuar a recolha e captura de algumas larvas de mosquitos.
Como as fotos ilustram, foi facultada a possibilidade de os estagiários efectuarem essa mesma captura, para ficarmos com a ideia de como proceder na prática.




Os mosquitos são vetores de doenças logo ai a necessidade de serem controlados. São considerados vetores artrópodes, ou qualquer outro portador animal, aqueles que transportam um agente infecioso, de um indivíduo (ou animal) infetado, ou das suas excreções, para um indivíduo suscetível. O agente infecioso pode ter de passar, ou não, por um ciclo, ou parte de um ciclo, de desenvolvimento no interior do vetor. Estes acabam por se hospedar em alguns hospedeiros que podem ser pessoas ou animais que permitam o alojamento e a manutenção e subsistência (natural) (reservatório) de qualquer agente infecioso ou de outra doença transmissível, em condições naturais.
A vigilância irá permitir detetar antecipadamente qualquer alteração na abundância e na diversidade, facilitando as decisões tomadas pelas autoridades de saúde, a fim de adotarem formas que contribuam para controlar a população de vetores eliminando ou pelo menos reduzindo o impacto na saúde pública.



Procedimentos Para a Captura

  • A utilização do caço ou de outro material de colheita está dependente do tipo de sistema aquático (salina, margem de lago, canal de irrigação, charco, pneu, latas, reentrâncias de árvores, etc.)
  • No local procurar os vários criadouros disponíveis e pesquisar a presença de larvas.
  • No caso da presença de larvas proceder à colheita e à transferência do material para os frascos ou garrafas de recolha;
  • O caço deve ser cuidadosa e lentamente submerso em água, para evitar perturbação, percorrendo a superfície. Ao ser levantado deve ser examinado para a presença de larvas, as quais são transferidas para os frascos ou garrafas de recolha.
  • O boletim de colheita de larvas deve ser preenchido para cada local e data.
  • As larvas e pupas devem ser enviadas, devidamente acondicionadas, em frascos bem selados, com água (deixando cerca de 1 cm para que possam respirar) e transportadas em caixa térmicas ou de esferovite.

Locais de recolha dos colicideos

Medidas de Prevenção e Controlo Culicídeos

  • Tendo em conta o seu ciclo biológico é no estádio aquático de ovo, larva e pupa, que se devem aplicar os maiores esforços para controlar as populações. Na fase aquática é possível utilizar-se um leque mais variado de metodologia de controlo para se obter os melhores resultados, com um elevado grau de especificidade e um impacto ecológico controlado.
  • A identificação das diferentes espécies presentes nos criadouros permite dirigir a ação de controlo para as espécies causadoras de incómodo ou doença (antropofílicas), reduzindo assim o impacto ambiental da intervenção.
  • É cada vez mais frequente a utilização de métodos de controlo físico e biológico em substituição dos métodos de controlo químico. Ações de divulgação sobre o ciclo biológico dos Culicídeos e de métodos preventivos para evitar a sua proliferação em propriedades públicas e privadas são muito úteis à população que, geralmente, se mostra interessada em perpetrar pequenas modificações e a adoptar novos comportamentos nas suas casas e localidades para reduzir o número de mosquitos adultos.
  • O controlo integrado de Culicídeos utiliza métodos de controlo físico, biológico e químico para os quais as campanhas educacionais desempenham um papel fundamental.
  • Deverão ser adotadas e implementadas outras medidas pelas Autoridades de Saúde, nomeadamente nos Portos e Aeroportos dirigidas aos respetivos navios ou aviões com proveniência de regiões afetadas sempre que os dados epidemiológicos assim o justifiquem.
  • Para além das medidas de controlo merecem ainda referência as medidas de protecção individual mais eficientes para evitar a picada.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, o objetivo destas atividades passa essencialmente por:
  1. Vigiar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar as espécies e a ocorrência sazonal em locais previamente selecionados;
  2. Identificar agentes patogénicos importantes em Saúde Pública transmitidos por estes Vetores;
  3. Emitir alertas para a adequação das medidas de controlo, em função da densidade dos vetores e do nível de infeção.

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