No âmbito do Programa de Prevenção de Doenças
Transmitidas por Artrópodes – Culicídeos, com base no programa REVIVE foram
colocadas armadilhas do tipo CDC iscadas com CO2 para captura
de mosquitos adultos.
Segundo o instituto Dr. Ricardo Jorge acerca do
Programa Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), “A resposta e
vigilância das autoridades de saúde a este assunto conduziram à criação do
REVIVE, sediado no Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas, que
arrancou em 2008, e que responde à necessidade de melhorar o conhecimento sobre
as espécies de vetores presentes no país, a sua distribuição e abundância,
contribuindo para o esclarecimento do seu papel como agentes de transmissão de
doença, assim como detetar atempadamente introduções de espécies invasoras com
importância em Saúde Pública.
Uma leitura mais atenta, ao presente blogue na 1ªsemana, quando a captura de larvas de mosquitos, o leitor ficará a conhecer os
objetivos destas mesmas atividades.
Procedimentos de
Colheita de Mosquitos Adultos
- Produzir o gelo seco necessário para a colheita;
- Colocar a armadilha antes do pôr-do-sol com o saco coletor e ligar à bateria;
- Preparar o termómetro e o higrómetro para as medições;
- Colocar o recipiente de gelo seco na proximidade da armadilha;
- Fazer as medições do termómetro, higrómetro e tirar coordenadas GPS;
- Na manhã do dia seguinte, após o nascer do sol, recolher o recipiente coletor;
- Registar os dados relativos à temperatura e humidade relativa;
- Preencher o Boletim de colheita, para cada local e data, independentemente do sucesso de captura;
- Colocar os copos coletores, com os mosquitos, a 4ºC durante 30 minutos no frigorífico;
- Depois de se verificar que estão imobilizados, devem ser transferidos posteriormente acondicionados em caixas térmicas ou de esferovite com termoacumuladores que mantenham a temperatura baixa.
Ciclo
de Vida dos Vetores
O ciclo de vida dos mosquitos é constituído por uma
fase aquática – ovos, larva e pupa e uma fase aérea correspondente ao mosquito
adulto, como se pode observar pela figura seguinte:
A presença de água é fundamental para a existência de mosquitos, uma vez que é o
meio pelo qual se completa o seu ciclo evolutivo.
Outro factor decisivo é a temperatura, em que, de uma forma geral, o intervalo entre os 25
ºC e os 30 ºC corresponde ao desenvolvimento mais rápido e ao maior número de
descendentes, pelo que a população tende a aumentar nas épocas de Primavera e
Verão.
De entre a população de
mosquitos, são as fêmeas que efetuam a picada
(refeição de sangue), para possibilitar a postura de ovos, ao passo que
os machos se alimentam de néctares.
Existem alguns métodos para prevenir ou controlar
doenças transmitidas por mosquitos. Um dos principais métodos de luta em relação
às populações de mosquitos reside na eliminação dos locais de postura e criação
de larvas e/ou na utilização de larvicidas. As larvas de mosquito podem ser
controladas por via mecânica, biológica, ou química.
- Controlo mecânico – consiste na destruição dos locais favoráveis ao desenvolvimento dos estádios imaturos do mosquito.
- Controlo biológico - Luta biológica através do povoamento dos lagos e outras áreas aquáticas com peixes predadores de larvas de mosquitos. A técnica biológica pode ainda incluir o uso de toxinas.
- Controlo químico - Este tipo de controlo pode ser efectuado através de destilados de petróleo, os quais são tóxicos para os ovos, larvas e pupas.
O local de colocação da armadilha é um fator a
ter em conta, esta deve ser colocada em local estratégico como por exemplo
pendurado a cerca de 1,50 metros do solo, junto a pontos com água estagnada,
protegida do vento e com gelo seco.
O gelo seco é utilizado para atrair os mosquitos, pois
este liberta dióxido de carbono (simulando assim a expiração de um
humano/hospedeiro). As armadilhas atraem também os mosquitos através de uma
luz, posteriormente são aspirados para o saco adaptado a armadilha.
As armadilhas foram colocadas junto ao aeroporto de
Faro e Vale do Garrão, Freguesia de Almancil. As mesmas foram colocadas as
19:00 e retiradas no dia seguinte as 07:00.
Grande parte das
espécies de mosquitos e outros insectos podem ser vectores de doenças como:
- Malária
- Febre-amarela
- Dengue
- Vírus do Nilo Ocidental
- Encefalite Japonesa
- Chikungunya
- Toscana (arbovírus – vírus transmitidos por artrópodes (arthropod-borne virus))
Em Portugal, o VNO foi referenciado em dois cidadãos
irlandeses, que passaram férias na região do Algarve em 2004. Até à presente
data, para além destes dois casos mencionados, não foram notificados mais
doentes com infecção por VNO nesta região
Fonte: Global Infectious Disease and Epidemiology
Network (GIDEON), 2010.
Reservatórios, Vectores e Ciclos de Transmissão
Distribuição geográfica dos vetores e casos recentes de infecções por arbovíros veiculadas por estas espécies
Dengue
Na
Ilha da Madeira, foram confirmados os primeiros casos de transmissão autóctone
de Dengue a 3 de Outubro de 2012, sendo que, de acordo com informação da
Direcção-Geral da Saúde, até 3 de Março de 2013 foram notificados 2168 casos de
febre do Dengue na Ilha da Madeira, aos quais acrescem 11 casos no Continente e
70 em treze países europeus, todos em viajantes regressados daquela ilha.
Distribuição
geográfica do vetor Aedes aegypti na Europa em Dezembro de 2012
Fonte:
ECDC, 2013.
A forma mais eficaz de minimizar o risco é através da redução ou eliminação das populações de espécies vetoras (mosquitos e outros insectos) e prevenção da picada.
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